A Copa do Mundo de 2022 não foi das mais felizes para os brasileiros. Embora do ponto de vista do entretenimento tenha sido um sucesso no Brasil, não se pode dizer o mesmo do desempenho da Seleção Brasileira campo e o maior culpado foi de Tite.
O Brasil chegou ao Catar como uma das favoritas ao título, o que não chega a ser uma novidade se tratando da maior vencedora do torneio. Entretanto, desta vez, a Amarelinha chegou com um trabalho consolidado de 6 anos com o mesmo comando, algo raro de acontecer.
Mesmo após o insucesso em 2018, na Rússia, o técnico foi mantido no cargo para buscar o sonhado hexa. O ciclo de 4 anos até 22 foi quase perfeito, com a conquista da Copa América de 2019, no Brasil, e a campanha quase irretocável nas Eliminatórias da América do Sul.
O único ponto baixo foi a derrota na final da Copa América de 2021, também em solo brasileiro, para a arquirrival Argentina, em pleno Maracanã. Já era, no entanto, um mal presságio do que estava por vir no Mundial.
Copa do Mundo
A Seleção Brasileira entrou no Grupo G da Copa do Mundo, ao lado de Sérvia, Suíça e Camarões. Os dois primeiros, inclusive, também estiveram na chave do Brasil em 18.
A Verde-Amarela conseguiu o 1º lugar, com seis pontos somados, com vitórias sobre sérvios (2 a 0) e suíços (1 a 0), além de uma derrota para os camaroneses (1 a 0). Com isso, o Brasil avançou ao mata-mata do torneio.
O auge e a queda
Nas oitavas de final, a Seleção Canarinha teve pela frente a Coréia do Sul e se classificou com goleada (4 a 1). O resultado elástico, e o que o Brasil mostrou, principalmente, no primeiro tempo, empolgou a torcida e as expectativas foram para o alto.
Com a moral elevada pela última classificação, a pentacampeã chegou nas quartas de final com muito favoritismo contra a Croácia, que já não era a mesma vice-campeã de 2018. O elenco estava envelhecido e parte do elenco não estava mais presente.
A própria campanha no Mundial do Catar até então não animava, porém se enganou quem apontava os croatas como presas fáceis. O equilíbrio tomou conta durante os 90 minutos e não demorou muito para perceber que a vaga seria suada.
Surpresa?
O tempo normal terminou empatado sem gols (0 a 0), o que levou a disputa para a prorrogação. A Seleção Brasileira abriu o placar com Neymar, no que imaginava-se ser o fim da disputa, mas a Croácia empatou nos instantes finais com Bruno Petković (1 a 1), em desatenção da defesa, e assim a vaga na semifinal foi decidida nos pênaltis.
A Seleção Canarinha acabou decepcionando os brasileiros com a queda nas penalidades para os croatas (4 a 2). Rodrygo e Marquinhos perderam as cobranças para a Verde-Amarela, sem sequer dar chance a Neymar, que seria a quinta e última, escolha que rendeu muitas críticas a Tite.
Sem clássico
Com a eliminação, acabou o sonho de uma histórica semifinal entre Brasil e Argentina. Os Hermanos, inclusive, superaram a Seleção da Croácia com facilidade na semi e foram campeões do mundo diante da França. Do lado brasileiro, restaram apenas os questionamentos sobre os porquês da inesperada saída da Copa do Mundo.
Muito da culpa caiu sobre os ombros de Tite. Embora tenha feito uma campanha positiva na caminhada até o Mundial do Catar, o técnico foi questionado já na lista de convocados, com nomes criticados, destaque para o veterano Daniel Alves, que além da idade avançada, pouco vinha jogando e estava longe de ser o grande lateral-direito que foi um dia.
Preciosismo?
As críticas aumentaram com as poucas oportunidades do veterano no Mundial, o que motivou comentários como de ‘animador de vestiário’ e ‘protegido do técnico’. Outro jogador, que agregasse, poderia ter sido chamado.
O descontentamento caiu mais sobre o técnico brazuca com mais força pela demonstração de imaturidade da Seleção Brasileira, que atacou os croatas nos instantes finais da prorrogação, de forma desorganizada, mesmo com a vantagem no placar, e levou o empate.
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Outro fator foi a escolha pelo garoto Rodrygo para abrir as cobranças, visto como um erro estratégico, já que, normalmente, os técnicos escolhem o melhor e mais experiente para abrir a série. Seria o caso de Neymar, mas o astro sequer bateu. Pode até ter sido um pedido do próprio camisa 10, mas a palavra final precisa ser do técnico, não é mesmo?
Adeus, Tite…
Por fim, não é justo esquecer o mérito do adversário, competente em sua estratégia, com o talento de Luka Modric, lenda do Real Madrid, da Espanha. Tite foi demitido do cargo, com gosto amargo, apesar dos números apontarem um trabalho quase perfeito para os parâmetros do futebol, com mais de 80% de aproveitamento.
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O sentimento é que, mesmo sendo, quase unanimemente, o melhor técnico brasileiro dos últimos anos, ele fracassou no cargo e por caprichos bobos. O Brasil, por sua vez, alcançará seu maior jejum de títulos de Copa do Mundo desde os 24 anos sem título entre o tricampeonato em 1970, no México, e o tetracampeonato, em 1994, nos Estados Unidos.