Em 1938, a Seleção da Hungria disputou sua segunda Copa do Mundo e quase conseguiu um feito histórico. Na primeira participação, em 1934, na Itália, os húngaros foram eliminados nas quartas de final, mas em 38, na França, chegaram à final com um plantel muito qualificado, destaque para György Sárosi e Gyula Zsengellér
Inicialmente, vale ressaltar que foi uma edição muito polêmica, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Para se ter uma ideia, a Áustria já havia sido anexada à Alemanha Nazista, de Adolf Hitler. Por isso, o austríacos acabaram não participando do torneio, e ainda tiveram que ceder atletas para a Seleção Alemã, por determinação do “Führer”.
Além disso, seleções abriram mão de participar da Copa do Mundo, casos, por exemplo, de Uruguai e Argentina, finalistas da primeira edição. Os países não gostaram da decisão da FIFA em realizar o segundo Mundial consecutivo na Europa. O intuito é que o torneio acontecesse na América do Sul, com preferência ao segundo citado, que ainda não havia sediado. Entretanto, isso foi acontecer apenas em 1978, enquanto Brasil (1950) e Chile (1962) passaram à frente dos “Hermanos”.
Outra que não participou foi a Espanha, que sequer participou das Eliminatórias, já que estava em Guerra Civil. A Copa do Mundo de 1938 contou com 16 seleções, a maioria esmagadora europeia, total de 12, ainda com duas das Américas e uma da Ásia. A efeito de curiosidade, o torneio teve duas estreantes, casos de Cuba e Índias Holandeses, hoje conhecida como Indonésia, mas que não mais voltaram a disputar um Mundial depois.
Sobre o torneio em si, a Hungria enfrentou as Índias Holandesas nas oitavas de final e se classificou com uma sonora goleada (6 a 0). Nas quartas de final, a Seleção Húngara superou a Suíça, agora com um placar mais discreto (2 a 0). Chegando na semifinal, os húngaros volta, a golear, desta vez a Suécia (5 a 1), e se garantiram na decisão da Copa do Mundo. A adversária, no entanto, seria nada menos que a Seleção Italiana.
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Para se ter uma ideia, os italianos eram os atuais campeões do torneio e, dois anos antes, em 1936, haviam vencido também os Jogos Olímpicos, em Berlim, na Alemanha. Com essas credenciais, e pressionada pelo ditador fascista Benito Mussolini, que enviou um bilhete na final com dizeres “Vencer ou morrer”, a Itália conseguiu o bicampeonato. No jogo decisivo, a “Azzurra” contou com os talentos de Gino Colaussi e Silvio Piola, cada um com dois gols, para vencer a Seleção da Hungria (4 a 2). Pál Titkos e Sárosi descontaram para os húngaros.
Com a reprovação da torcida francesa, os jogadores italianos foram vaiados pelos presentes no Estádio Olímpico de Colombes, o que ampliou com a saudação nazista do capitão Giuseppe Meazza, antes de levantar a Jules Rimet. A Seleção Italiana foi a primeira a se sagrar bicampeã de forma consecutiva da Copa do Mundo, feito esse repetido apenas pelo Brasil, em 58 e 62. Recentemente, a França, que venceu em 2018, na Rússia, por muito pouco não se junto à lista, mas perdeu para a Argentina na final de 2022, no Catar.
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Voltando a falar sobre a vice-campeã de 38, a Seleção Húngara protagonizou uma campanha impressionante com três vitórias em quatro partidas, somando 13 gols marcados, 10 pela dupla Sárosi e Zsengellér, com cinco cada. Mesmo com essa quantidade, eles não foram artilheiros daquela edição, prêmio esse conquistado pelo brasileiro Leônidas da Silva. O “Diamante Negro” balançou as redes sete vezes e levou a Seleção Brasileira ao 3º lugar no torneio, sua melhor colocação na história até então.
Dr. Gero International Cup
Na caminhada para a Copa do Mundo, a Seleção da Hungria disputou a Dr. Gero International Cup, também conhecida como Copa Internacional das Nações Europeias, que reunia seleções da Europa Central e Sul, entre 1927 e 1960. Na edição realizada entre 1936 e 1938, a Hungria levou o troféu para casa pela primeira vez. Foram 10 pontos somados, superando justamente a Itália, sua carrasca na Copa do Mundo.
Os italianos, que venceram a edição passada, entre 1933 e 1935, terminaram em 2º, com sete pontos. Áustria (sete pontos), Tchecoslováquia (sete pontos) e Suíça (três pontos) completaram o torneio. Posteriormente, a Hungria voltaria a ser campeã da competição europeia, na edição ocorrida entre 1948 e 1953, contando com uma nova geração talentosa, liderada pelo craque Ferenc Púskas, que seria vice-campeã da Copa do Mundo de 1954, na Suíça.
Eliminatórias
Para garantir vaga no Mundial da França, a Seleção Húngara disputou as Eliminatórias. Presente no Grupo 6, a seleção europeia enfrentaria quem saísse do confronto entre Palestina e Grécia. Os gregos venceram tanto na ida (3 a 1), como visitante, quanto na volta (1 a 0), em casa, e avançou para encarar os húngaros. Entretanto, não foram páreos para a Hungria, que aplicou uma goleada histórica (11 a 1), em Budapeste, com cinco gols de Zsengellér, que carimbou a classificação húngara.
Elenco da Seleção da Hungria de 1938
Goleiros
- Antal Szabó
- József Háda
- József Pálinkás
Zagueiros
- Sándor Bíró
- István Balogh
- Lajos Korányi
Volantes
- Gyula Polgár
- György Szűcs
- Béla Sárosi
Meias
- György Sárosi
- Gyula Lázár
- János Dudás
- Antal Szalay
- József Turay
Atacantes
- Gyula Zsengellér
- Pál Titkos
- Ferenc Sas
- Géza Toldi
- Vilmos Kohut
- Mihály Bíró
- Jenö Vincze
- László Cseh
Técnico
- Károly Dietz
- Alfred Schaffer
VEJA A SELEÇÃO DA ITÁLIA DE 1938 E OUTRAS CAMPEÃS DO MUNDO!