Elenco da Seleção do Uruguai 1950

A Seleção Uruguaia conseguiu um feito histórico na Copa do Mundo de 50. Além de ser campeã, pela segunda vez na história, superou na decisão ninguém menos que o anfitrião Brasil, em pleno Maracanã, no que ficou marcado como “Maracanazo”.

Naquela edição, o formato foi bem confuso. As seleções foram divididas em quatro grupos, dois formados por quatro integrantes, um com três e outro com apenas dois, caso do Uruguai, que precisaria apenas superar a limitada Bolívia para avançar à próxima fase.

Entretanto, a Seleção Olímpica não apenas superou como aplicou uma goleada avassaladora sobre os bolivianos (8 a 0), jogo disputado no Estádio Independência, em Belo Horizonte, a casa do América-MG. Mesmo com a atual campeã Mundial em campo, o confronto foi acompanhado por apenas 6.200 pessoas.

Os adversários da Seleção Uruguaia no quadrangular decisivo foram Espanha, Suécia e Brasil, respectivamente. O Pacaembu recebeu os dois primeiros jogos e, diante de 54 mil pessoas, os sul-americanos apenas empataram com os espanhóis (2 a 2).

Em seguida, agora para menos torcedores, 8 mil, venceram de forma apertada a Suécia (3 a 2), que viria a ser o país-sede e finalista na edição seguinte, em 1958. O último oponente era a Seleção Brasileira, que liderava o quadrangular com duas goleadas, um 7×1 sobre os suecos e um 6×1 diante da Espanha.

Nesse contexto, o Brasil, que na época ainda usava o uniforme branco e não o hoje tradicional verde, amarelo e azul, era o grande favorito. Mais ainda se considerar que teria o apoio da torcida. Porém, mesmo com o apoio de 200 mil torcedores no Maracanã, a Seleção Canarinho perdeu para a Seleção Celeste e viu o sonho de ser campeão do mundo ser adiado.

Maracanazo

A Seleção Brasileira era formado por grandes craques, base do “Expresso da Vitória”, time do Vasco da Gama que encantou na década de 40, incluindo o próprio técnico, Flávio Costa. Entre eles, o destaque era de Ademir Menezes, que fez uma grande Copa, com nove gols, o recorde histórica numa edição batido na edição seguinte, em 1954.

Sobre a partida em si, os brasileiros saíram na frente com Friaça, após jogada com Ademir Menezes, o que aumentou o clima de otimismo. No entanto, o Brasil reduziu o ritmo, levou o empate com Schiaffino e, momentos depois, virou no emblemático gol de Ghiggia, decretando a vitória e o segundo título Mundial da Celeste.

Por muitos anos, creditou-se o segundo gol uruguaio ao goleiro Barbosa, que teria falhado ao tentar prever a jogada uruguaia. Esse fantasma o perseguiu até o fim da vida, em 1999, e, atualmente, a sua filha, Tereza Borba, luta por sua memória. O ocorrido ficou marcado como “Maracanazo”, mas, desde então, o Uruguai não voltou mais a vencer a competição.

Curiosidades

Por superstição, a Seleção Brasileiro abandonou o branco do uniforme e voltou a usá-lo novamente quase 70 anos depois, na Copa América de 2019, competição essa disputada em solo brasileiro. No entanto, desta vez, a Seleção Canarino se sagrou campeão. Sobre os campeões, o Uruguai não era colocado entre os favoritos.

Eles estavam voltando a disputar uma Copa do Mundo 20 anos depois da sua primeira e até então única edição que participou, em 1930, quando foram campeões pela primeira vez. Em 1950, porém, não havia muita confiança no time, tanto que foi cogitado que não participasse. Além disso, o técnico Juan López acumulava apenas alguns dias no cargo.

Jogadores sem ritmo, greve e atuações ruins às vésperas da competição ocasionaram isso, mas acabou dando certo no fim. Outro detalhe sobre o Mundial em questão é a Seleção Argentina, que simplesmente não quis participar por ‘birra’, não aceitando que a sede fosse no Brasil. Os “Hermanos”, já naquela época, mostrando o nível da rivalidade com os brazucas, que aumentaria anos depois.

Em 1950, foi a primeira Copa do Mundo em que os jogadores usaram numeração às costas, detalhe que se tornou essencial na identificação dos atletas em campo. Além disso, foi a primeira e única vez que um Mundial teve um quadrangular para decidir o campeão. Vale ressaltar também que não havia substituição e cartão amarelo ou vermelho nessa época.

Bicampeã em 1934 e 1938, a Seleção Italiana entraria como uma das favoritas em 1958, mas um desastre aéreo matou todo o elenco do Torino um ano antes, em 1949. A equipe de Turim era uma potência do continente e, naturalmente, formava a base da Itália, com craques como Mazzola. Sem eles, a Azzurra não foi bem, terminou em 2º no Grupo 3 e não avançou.

Elenco da Seleção Uruguaia de 1950

Goleiros

• Roque Máspoli
• Aníbal Paz

Laterais-direitos

• Schubert Gambetta

Zagueiros

• Matías González
• Eusebio Tejera
• Héctor Vilches
• William Martínez

Laterais-esquerdos

• Víctor Rodríguez Andrade

Volantes

• Obdulio Varela
• Juan Carlos González
• Washington Ortuño
• Rodolfo Pini

Meias

• Julio Pérez
• Juan Alberto Schiaffino

Atacantes

• Óscar Míguez
• Alcides Ghiggia
• Rubén Morán
• Julio César Britos
• Luis Rijo
• Ernesto Vidal
• Carlos Romero
• Juan Burgueño

Técnico

• Juan López