A Seleção Holandesa de 1974 não venceu a Copa do Mundo, mas ficou marcada na história do futebol e muitas é mais lembrada até do que a própria campeã, a Seleção Alemã, o que pode ser explicado através do estilo de jogo.
O “Carrossel Holandês”, assim que ficou conhecida aquela seleção. A Holanda chagou na Copa com uma talentosa geração formada principalmente por jogadores de Ajax e Feyenoord, que somavam um total de quatro títulos europeus no começo dos anos 70.
Sob o comando de Rinus Michels, os holandeses encantaram no Mundial, na Alemanha Ocidental, só que não levaram o título por questão de detalhes. Contextualizando, a “Laranja Mecânica” ficou no Grupo 3, ao lado de Suécia, Bulgária e Uruguai.
No primeiro jogo, uma vitória segura sobre a Seleção Uruguaia (2 a 0), depois empatou com a Seleção Sueca (0 a 0), e goleou a Seleção Búlgara (4 a 1). Com esses resultados, os holandeses ficaram em 1º na chave, com cinco pontos, e avançaram à segunda fase.
Foi um quadrangular em que a Holanda enfrentou Brasil, Alemanha Oriental e Argentina. Inicialmente, goleou a Seleção Argentina (4 a 0), depois venceu a Seleção Alemã Oriental (2 a 0) e superou também a Seleção Brasileira (2 a 0). Com isso, ficou em 1º, com seis pontos, avançou à final para encarar os donos da casa.
Enquanto isso, os brasileiros, que ficaram em 2º na chave, com quatro pontos, foram para a disputa do 3º lugar contra a Polônia, mas foi derrotado (1 a 0) e ficou com a quarta colocação. Já o “Carrosel Holandês”, que jogava um futebol revolucionário e estava com a moral lá no alto após eliminar a Seleção Brasileira, atual campeã, decepcionou na decisão.
A Seleção Holandesa iniciou o jogo com tudo e abriu o placar logo aos 2 minutos com Johan Neeskens, em cobrança de pênalti. Entretanto, também em penalidade máxima, Paul Breitner deixou tudo igual aos 25 e, aos 43, Gerd Muller virou para a Seleção Alemã e garantiu a conquista dos dos donos da casa, que chegavam ao segundo título.
Curiosidades
Foi a primeira Copa do Mundo do Brasil sem Pelé desde 1954. O “Rei do Futebol” havia se aposentado da Seleção Canarinho em 1971, mas, em entrevista concedida em 2013, revelou que poderia ter jogado sim aquele Mundial, mas rejeitou por causa da Ditadura Militar. Para o astro, o governo havia piorado muito o tratamento com o povo brasileiro comparado com 1970, quando jogou sua última Copa e foi campeão.
O artilheiro da Copa do Mundo de 1974 foi Grzegorz Lato, com sete gols anotados. Ele é um dos maiores jogadores da história do futebol polonês e, inclusive, marcou o único gol da sua seleção na vitória sobre o Brasil na decisão do 3º lugar. Foi a melhor campanha da Seleção Polonesa na história dos Mundiais. O jogador com mais gols do lado brasileiro foi Roberto Rivelino, que balançou as redes três vezes.
A Seleção Holandesa voltava a disputar uma Copa do Mundo depois de muitos anos. Para se ter noção, só haviam disputado até então as edições de 1934 e 1938, antes da Segunda Guerra Mundial. Foi uma volta quase perfeita pela campanha espetacular e o marcante “Futebol total” como estilo de jogo, que se baseava na sincronia entre os jogadores, um desempenho tático nunca antes visto, com o maestro Johan Cruyff.
Algumas goleadas marcaram a competição. A Iugoslávia não teve piedade sobre Zaire, a atual República Democrática do Congo, com um marcante 9 a 0, caso semelhante da Polônia diante do Haiti, que fez um 7 a 0. No mais, aconteceram um 4 a 0, da Holanda sobre a Argentina, dois 4 a 1, dos holandeses contra a Bulgária e dos argentinos sobre os haitianos.
Mesmo sem o troféu, o craque do Mundial foi Johan Cruyff. Com muita técnica, uma aplicação tática de grande valia, genialidade e disciplina, o craque holandês marcou uma geração. O Camisa 14 é uma das lendas do futebol e muito disso se deve ao que fez em 1974. Foram três gols marcados na competição, dois contra a Seleção Argentina e outro diante da Seleção Brasileira.
A grande decepção daquela Copa do Mundo foi a Seleção Italiana, bicampeã e finalista na edição de 1970, no México. Com essas credenciais e grandes craques, os italianos era um dos favoritos, mas não saiu da fase de grupos. Ficou em 3º em sua chave com uma vitória sobre o Haiti (3 a 1), empate com a Argentina (1 a 1) e derrota para a Polônia (2 a 1). Além do Camisa 14 holandês, outro craque da Copa foi o zagueiro Franz Beckenbauer, essencial na campanha alemã, tanto que recebeu o apelido de “Kaiser”, que significa “Imperador” em alemão.
Elenco da Seleção Holandesa de 1974
Goleiros
- Piet Schrijvers
- Jan Jongbloed
- Eddy Treijtel
Laterais direitos
- Wim Suurbier
- Kees van Ierssel
Zagueiros
- Wim Rijsbergen
- Rinus Israel
- Pleun Strik
Laterais esquerdos
- Ruud Krol
- Harry Vos
Volante
- Arie Haan
- Wim van Hanegem
- Wim Jansen
Meias
- Johan Cruyff
- Theo de Jong
- Johan Neeskens
- Willy van de Kerkhof
Atacantes
- Ruud Geels
- Rob Rensenbrink
- Piet Keizer
- Johnny Rep
- René van de Kerkhof
Técnico
- Rinus Michels