As confusões fazem parte da história da Seleção Brasileira, praticamente todo ciclo de Copa do Mundo ocorre algum tipo de polêmica. Para o Mundial de 1986 aconteceu devido o fim do mandato de Giulite Coutinho na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em que os dirigentes estavam mais preocupados com a concorrência eleitoral do que com a preparação da equipe.
Outra confusão aconteceu na véspera das eliminatórias, já que o técnico Evaristo de Macedo foi trocado por Telê Santana. Outra história marcante foi o corte de Renato Gaúcho e o lateral-direito Leandro.
De forma resumida, Renato e Leandro tentaram sair para um churrasco na madrugada, o que ia contra as regras do Telê. Para fugir eles tinham que pular um muro, mas o lateral tinha certo medo de altura e não conseguiu passar para o outro lado. Ele falou para o Renato ir, mas nenhum dos dois foi. Entram pela porta da frente, o treinador ficou sabendo, ambos foram cortados, mas um pouco depois Leandro foi perdoado, contudo, preferiu não ir para a Copa do Mundo em solidariedade ao amigo.
Os problemas continuaram no México. Os jogadores não tinham um lugar para treinar por conta da desorganização da CBF. Dessa forma, precisou fazer parte da preparação em campos emprestados.
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Além disso, vários jogadores estavam sofrendo com lesões, caso de Júnior e Sócrates, que não estavam em suas melhores condições físicas. Mas a pior situação era do craque principal dessa seleção, Zico, que precisou fazer tratamento intensivo e um esforço quase sobre-humano para se recuperar a tempo de jogar.
Problemas brasileiros à parte, a Copa do Mundo de 1986 contou com 24 seleções separadas em seis grupos de quatro times. Classificavam os dois primeiros de cada grupo e os quatro melhores terceiros.
O Brasil ficou no Grupo D junto com a Espanha, a Argélia e a Irlanda do Norte. A estreia foi complicada em jogo contra a Espanha, mas a Seleção Brasileira venceu (1 a 0), gol de Sócrates. O placar se repetiu no segundo jogo, contra a Argélia, mas desta vez quem balançou a rede foi Careca. A última partida foi mais tranquila, uma vitória (3 a 0) diante a Irlanda do Norte, gols de Josimar e dois de Careca.
Nas oitavas de final, a “Seleção Canarinha” fez sua melhor partida naquele Mundial, ao vencer a Polônia (4 a 0), gols de Josimar, Careca, Sócrates e Edinho.
Já nas quartas de final, ocorreu um fato que marcou a carreira do maior craque daquela seleção. A Seleção Brasileira enfrentou a França. Aos 17 minutos, Careca balançou a rede, mas já no final do 1° tempo Platini empatou o confronto. Na etapa complementar Zico entrou em campo, e logo no seu primeiro lance achou um passe fenomenal para Branco, que foi derrubado dentro da grande área, o árbitro marcou pênalti.
Zico, como sempre fez sua carreira inteira, deu as caras e decidiu bater o pênalti. A cobrança não foi boa e o goleiro defendeu. A partir disso, o craque passou a ser visto como vilão. A partida caminhou para a disputa de pênaltis, onde os europeus se deram melhor (4 a 3).
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Mais uma vez Zico bateu, mas dessa vez ele converteu. Sócrates e Júlio César perderam suas penalidades, mas ainda sim Zico levou a culpa quase integralmente pela eliminação. Dessa forma, uma das melhores seleções de todos os tempos não conseguiu vencer a Copa do Mundo, voltando para a casa nas quartas de final.
A Argentina, mais uma vez com resultado duvidoso, foi campeã do Mundial. A final foi diante a Alemanha Ocidental. O sul-americano venceu (3 a 2), com o fato histórico “La Mano de Dios”.
Elenco da Seleção Brasileira de 1986
Goleiros
- Carlos
- Paulo Vitor
- Emerson Leão
Laterais direitos
- Édson Boaro
- Josimar
Zagueiros
- Oscar Bernardi
- Edinho
- Júlio César
- Mauro Galvão
Laterais esquerdos
- Júnior
- Branco
Volantes
- Falcão
- Alemão
Meias
- Zico
- Sócrates
- Elzo
- Paulo Silas
- Valdo
Atacantes
- Müller
- Casagrande
- Careca
- Edivaldo
Técnico
- Telê Santana