Em sua primeira Copa do Mundo, a Seleção Portuguesa surpreendeu e protagonizou uma bela campanha sob o comando do craque Eusébio. Os lusitanos não foram campeões, mas seus feitos ficaram na história nesse Mundial de 1966.
Era uma geração de ouro do futebol português, que no início da década havia se sagrado bicampeão europeu com o Benfica (1961 e 1962). O comando técnico da seleção era do brasileiro Otto Glória, que muitos anos depois teve o feito quase repetido pelo compatriota Luiz Felipe Scolari.
Portugal ficou no Grupo C com Hungria, Brasil e Bulgária. Na estreia, os portugueses venceram a Hungria (3 a 1), depois a Bulgária (3 a 0) e, de forma surpreendente, também superaram a Seleção Brasileira, que era a atual bicampeã mundial.
Nesse jogo brilhou a estrela de Eusébio, que marcou duas vezes diante de Pelé e Garrincha. O “Rei do Futebol”, inclusive, foi desfalque no jogo anterior, uma derrota para a Seleção Húngara (3 a 1), por causa de uma lesão, mas estava de volta.
Com a necessidade da vitória, o técnico Vicente Feola promoveu nove mudanças na escalação, incluindo a saída de Mané Garrincha, mas não adiantou e a Seleção Portuguesa venceu (3 a 1), se classificou e ainda eliminou os brasileiros na fase de grupos. Os “gajos” ficaram em 1º na chave, com seis pontos.
Os lusitanos enfrentaram a surpresa Coréia do Norte nas quartas de final e venceram num jogo bastante movimentado de oito gols (5 a 3). No entanto, na semifinal, caiu diante da Seleção Inglesa, que viria a ser campeã em casa (2 a 1). Bobby Charlton marcou duas vezes para a Inglaterra e Eusébio, de pênalti, perto do final, descontou para Portugal.
Sem chance de seguir na disputa pelo título, restou aos portugueses a decisão do 3º lugar contra a União Soviética. Novamente com o “Pantera Negra” balançando as redes de pênalti, Portugal saiu com a vitória (2 a 1) e conseguiu sua melhor colocação em Copas. Depois disso, os lusitanos só voltariam a fazer uma campanha quase tão boa em 2006, na Alemanha, com Cristiano Ronaldo, Figo, Felipão e cia, ficando em 4º.
Curiosidades
Com Pelé lesionado contra a Hungria e Mané Garrincha no banco diante de Portugal, a vitória sobre a Bulgária foi o último jogo da dupla na história da Seleção Canarinho. Com eles, o Brasil nunca perdeu: 26 vitórias e quatro empates em 30 partidas. A estreia deles juntos foi em 1958, também contra os búlgaros.
O artilheiro da Copa do Mundo de 1966 foi Eusébio, que balançou as redes nove vezes em seis partidas, igualando à marca do brasileiro Ademir Menezes, na edição de 1950. O craque foi Bobby Charlton, que conduziu os donos da casa ao título inédito, conquistado diante da Alemanha de forma muito polêmica.
A surpresa daquela edição foi a Seleção Norte-Coreana, que não tem tradição no futebol, mas fez uma campanha interessante, vencendo a até então bicampeã Seleção Italiana e avançando às quartas de final. Já a decepção ficou por parte dos citados italianos que, além da derrota para a Coreia do Norte, não foi ao mata-mata.
Um detalhe curioso na Seleção Portuguesa é que a escolha dos jogadores era feita por um “segundo técnico”, alguém com essa finalidade, que foi o caso de Manuel de Luz Alonso, enquanto Otto Glória ficou responsável pelo comando nos treinos e partidas. Inclusive, essa seleção de 1966 ficou conhecida como “Os Magriços”.
Elenco da Seleção Portuguesa de 1966
Goleiros
- Joaquin Carvalho
- Américo Lopes
- José Pereira
Laterais direitos
- João Morais
- Alberto Festa
Zagueiros
- Alexandre Baptista
- Germano
- José Carlos
- Vicente Lucas
Laterais esquerdos
- Hilário Conceição
- Fernando Cruz
Volante
- Jaime Graça
Meias
- Fernando Peres
- Custódio Pinto
- Mário Coluna
Atacantes
- Eusébio
- José Torres
- António Simões
- Ernesto de Figueiredo
- João Lourenço
- Manuel Duarte
- José Augusto
Técnico
- Otto Glória