Na Copa do Mundo 2006 a Seleção Italiana chegou com um grande time para a competição. Porém, passava longe de ser considerada favorita.
Dois fatores podem ser considerados: primeiro, o Brasil tinha o seu quadrado mágico (Ronaldinho, Ronaldo, Kaká e Adriano), e era o mais cotado para levar a taça.
Segundo, na Eurocopa de 2004 a Itália sequer passou pela fase de grupos. Mesmo desacreditada, a Azzurra conquistou seu tetracampeonato.
Com o objetivo de apagar o vexame da Euro 2004, a Itália encontrou um grupo fácil no Mundial. República Tcheca, Estados Unidos e Gana. Com duas vitórias e um empate com Estados Unidos, os italianos seguiram na competição após o primeiro lugar no grupo.
Nas oitavas, os italianos passaram um sufoco contra a Austrália. Numa partida equilibrada, o placar ficou inalterado até os 50 minutos do segundo tempo, quando Fabio Grosso sofreu um pênalti. Numa decisão polêmica da arbitragem, Totti mandou para a rede e levou a equipe para a próxima fase (1 a 0)
Nas quartas, o time enfrentou a Ucrânia. Nesse que talvez tenha sido o jogo mais fácil, Zambrotta marcou logo no início do jogo. Na segunda etapa, Totti fechou a conta com mais dois (3 a 0). Vitória e vaga nas semifinais garantida.
Na semifinal, os alemães tinham a chance de ir para uma final em casa – o que não ocorria desde 1998 quando a França venceu como anfitriã. Além disso, a Alemanha foi finalista em 2002. Tinha tudo para bater de frente à Azzurra.
Os 65 mil alemães em Dortmund fizeram sua parte e transformaram o estádio em um caldeirão fervente. Em campo, o primeiro tempo foi equilibrado, com chances de gol para os dois lados. Além disso, os goleiros se transformavam em muralhas diante dos atacantes.Nos outros 45 minutos, a Seleção Alemã cresceu no jogo. Tinha as melhores chances, mas não foram efetivas. O empate sem gols obrigou mais 30 minutos.
No primeiro tempo da prorrogação a Itália voltou a atacar, mas nada de gols. Restando dois minutos para o fim da segunda prorrogação, Pirlo deu o passe para Fábio Grosso marcar para a Azzurra. Com o desespero alemão, os italianos se aproveitaram dos contra ataques. Num desses, Del Piero fez o segundo. Itália na final (0 a 2).
Para a finalíssima, a equipe de Marcello Lippi foi recebida pela França de Zidane, Henry e Ribéry. Até lá, os Les Bleus tinham traçado um caminho mais difícil: derrotaram a Espanha, Brasil e Portugal. Assim, chegava forte para o confronto.
Em Berlim, o jogo começou movimentado. Tanto que, aos seis minutos, o francês Malouda sofreu um pênalti. Zidane, de cavadinha encobrindo Buffon, abriu o placar na final. Mas a reação italiana não demorou, aos 19 minutos Materazzi marcou de cabeça e pôs a Azzurra de volta no jogo. Até o fim da primeira etapa, a Itália teve as melhores chances.
No segundo tempo, os franceses voltaram decididos para resolver a partida, mas foi a Itália que marcou primeiro. Apesar da comemoração de Toni, o gol foi anulado corretamente por impedimento. Sem mudar o placar, o jogo foi para a prorrogação.
Na primeira prorrogação, os italianos se retrancaram, mas os franceses não aproveitaram de fato. Nos outros 15 minutos, a situação se manteve. Zidane, que fazia seu último jogo da carreira, deu a icônica cabeçada em Materazzi e foi expulso. O empate obrigou a disputa de pênaltis
Pirlo, Materazzi, De Rossi, Del Piero e Fabio Grosso marcaram para a Itália. Wiltord, Abidal e Sagnol fizeram para a França, Trezeguet decepcionou. O erro custou o título e Azzurra foi tetracampeã Mundial em 2006.
Elenco da Seleção Italiana de 2006
Goleiros
- Marco Amelia
- Gianluigi Buffon
- Angelo Peruzzi
Laterais Direitos
- Massimo Oddo
- Cristian Zaccardo
Zagueiros
- Andrea Barzagli
- Fabio Cannavaro
- Marco Materazzi
- Alessandro Nesta
Laterais esquerdos
- Gianluca Zambrotta
- Fabio Grosso
Volantes
- Simone Barone
- Daniele De Rossi
- Gennaro Gattuso
Meias
- Mauro Camoranesi
- Simone Perrotta
- Andrea Pirlo
Atacantes
- Alessandro Del Piero
- Alberto Gilardino
- Vincenzo Iaquinta
- Filippo Inzaghi
- Luca Toni
- Francesco Totti
Técnico
Marcelo Lippi